Diário CT: Inutaoshi - A Presa do Lobo
Escrito por Emerson Marques | Listado em Diário CT | Publicado em 03-06-2011
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Poucas vezes tive a chance de ler um livro tão bom.
“Inutaoshi”, de Robson André Mendes Pacheco [RAMP], É, sem dúvida nenhuma, um livro que levo pro alto da estante.
A história se passa no Japão medieval, no início do shogunato de Kamakura [do ano 1185 d.C ao 1333 d.C] e conta a saga de um samurai, Enokami, em busca de vingança pela morte do pai. Só que o cara que matou o velho só é o líder do exército mais forte do Japão. [Detalhe básico, vai...]
No caminho, Enokami encontra Benkei [o monge invencível], os irmãos samurai Kimura e Takeda [tomei a liberdade de apelidar esse último de “Takano Me”, que significa olhos de águia], e Ushiwaka [desafio a acertarem quem é esse maluco!].
Narrado em primeira pessoa, “Inutaoshi” é extremamente rápido de ser lido. Eu, que sou lerdo pra ler, porque sempre volto quando não lembro de alguma coisa que falou, li em um dia.
Os desenhos também, ao fim de quase todos os capítulos, dão uma boa ideia dos personagens e algumas passagens. Quem gosta de mitologia vai encontrar, em “Inutaoshi”, menções a divindades japonesas, como Amaterasu, Izanami e Izanagi [se você assiste, ou lê Naruto, já lembrou desses nomes...].
Além disso, R.A.M.P. usa uma mistura de heróis lendários, como Benkei e Ushiwaka, com personagens fictícios, formando um enredo fabulosamente excelente. A todo o momento, e digo todo TODO M-E-S-M-O, há uma surpresa. Quando tudo está calmo, ou não há possibilidade de ter algum desafio… TEM! É incrível, mas TEM! Isso faz com que a leitura seja muito mais rápida [impulsionada, ainda pela narração em primeira pessoa].
Outra coisa que chama a atenção são os narradores. Sim, OS. Plural. Um, que é o próprio Enokami, narra em primeira pessoa, e outro, que não sei quem é, narra em terceira. Daí tem muito um jogo de onisciente/humano, que fica bem interessante.
A única coisa negativa no livro foi o uso ingênuo da língua japonesa. Por se tratar de uma história passada no Japão, R.A.M.P. tenta fazer com que o leitor se aproxime dessa realidade, então usa algumas palavras em japonês, como samurai, bushido [arte de luta com katana], katana, ronin [samurai que serve ao Daimyoo], Daimyoo [é quase como um senhor feudal], daishoo [duas espadas que os samurai carregam] etc.
Claro que, para isso, logo no começo do livro, ele dá um pequeno glossário com as palavras que ele usa. Mas chamo de ingênuo o fato de ele usar as palavras, dar uma explicação, e voltar a usá-las, às vezes longe da primeira vez, e não dar uma relembrada. Isso faz com que o leitor, às vezes, não entenda bem o que está acontecendo naquela hora.
Mas isso está LONGE de prejudicar o livro. Se você acha que vai ficar perdido, porque não sabe necas de catipiribas sobre o Japão, fica tranquilo.
R.A.M.P. já pensou nisso e preparou pra você uma introdução [bem curta, relaxa] que vai te deixar prontíssimo pra começar a leitura. Mas o que me chamou mais atenção foi o fato de conseguir fazer com que os clichês perdessem todo o sentido da palavra. A coisa começava como um clichê – como ter uma pessoa na ponte, para impedir a passagem, por exemplo –, mas terminava de um jeito completamente inesperado, claro que não vou contar, vai ter que ler para descobrir…
Esses foram meus pontos de maior destaque do livro.
E ganharam um espaço na prateleira.
Esse livro tá muito, MUITO³ na lista. Necessito ler urgentemente!
A história se passa no Japão medieval (…) ME LEMBROU MEU INUYASHA. <3'
Onde encontro o livro?????
Aqui, Yuri: https://www.clubedeautores.com.br/book/42848-INUTAOSHI
Ah mas eu ainda acho que não vai pra lista >.<