Walter Tierno
Nome: Walter Tierno
Idade: 39 anos
Formação: Artes Gráficas e Jornalismo
Cidade/Estado: São Paulo/SP
1. Desde que idade você tem o hábito da leitura?
Desde uns 11 anos, mais ou menos, aprendi a ler por prazer. Acredito que foi um hábito adquirido por influência de várias pessoas. Meu pai lia jornais e revistas. Meu irmão lia livros de ficção científica e aventura. O preferido dele, na época, era a série Perry Rhodan. Tive a sorte de estudar com professores com opiniões próprias e fundamentadas em sua missão de influenciar os alunos. Nessa época, li vários livros da coleção Vagalume. A evolução para obras mais complexas foi natural e nem um pouco traumática.
2. Quais são as suas 3 sagas fantásticas literárias preferidas e por quê?
A série “Duna”, de Frank Herbert. Meu primeiro contato com esta série foi o filme de David Lynch, de 1982. Saí do cinema simplesmente estarrecido com a história. Evidentemente, eu era muito novo para entender a maior parte do que acabara de ver, mas foi o suficiente para me impressionar. Estranhamente, não faz tanto tempo assim que li toda a série. Continuo tão ou mais impressionado. É uma obra completa em todos os sentidos. Recomendo.
“O Senhor dos Anéis”, de J.R. Tolkien, muito mais por sua importância e influência na literatura fantástica. A maioria dos especialistas completaria a tríade com “A Fundação” de Isaac Asimov, mas vou completar minha lista com “Sandman”, de Neil Gaiman. Ok, é uma HQ, mas ela é responsável por uma proeza inédita: ofereceu caminhos revolucionários para a arte dos quadrinhos e para a literatura fantástica.
3. Que publicações você já tem?
Em 2000, lancei uma revista em quadrinhos que foi um merecido fracasso. Nenhuma outra pessoa a culpar além de mim. Em 2010, lancei “Cira e o Velho” e, no começo do ano, participei da antologia “Asgard – saga dos nove reinos” com um conto e uma ilustração.
4. Como e quando surgiu a idéia de escrever “Cira o Velho”?
A semente que deu origem ao livro foi plantada no final de 2000, quando fiz um levantamento de todos os erros que cometi ao lançar a revista em quadrinhos que mencionei. A princípio, pretendia lançar Cira como uma outra HQ, mas o tempo e o trabalho que realizei na história me levaram a mudar de ideia. Há uns cinco anos, decidi que Cira seria lançada em forma de prosa. Escrevi, reescrevi e escrevi tudo de novo. Tornei-me bastante chato com meu trabalho. Não poupo esforços para evitar que a insensatez que me impulsionou em 2000 se repita.
5. Por que a escolha de usar lendas e mitos Brasileiros em sua trama?
É a pergunta que mais ouço e que mais tenho dificuldade em responder. Não foi caso pensado. Na hora em que pensei: “Vou fazer uma história de fantasia com toques históricos”, nem sequer considerei outra opção. Para mim era claro que, se quisesse colocar elementos históricos - e essa foi uma de minhas principais motivações -, o mais sensato era ater-me a uma realidade de fácil reconhecimento e pesquisa. Na verdade, percebi que fico um pouco na contramão… Não entendo essa necessidade de muitos autores iniciantes em exportar situações que não perderiam nada se acontecessem em solo brasileiro.
6. Quais foram os desafios e o que mais te agradou na escrita de “Cira e o Velho”?
A pesquisa histórica é trabalhosa e nem sempre divertida. Acredito que esse tenha sido um dos maiores desafios. E o que mais me agradou foi quando parti para a fase de ilustração. Eu me divirto muito quando estou ilustrando.
7. Quais são os seus projetos atuais?
Estou escrevendo um novo livro. Não é da Cira, ainda. “Cira e o Velho” é um livro independente e não pede uma continuação urgente. Posso deixar a personagem descansar um tempo. Também estou trabalhando em um conto para uma antologia da editora Estronho. Além disso, colaboro com uma coluna no portal da Revista Fantástica e com outra sobre quadrinhos no blog Psychobooks.
8. Uma mensagem aos leitores do blog CT:
Vale tanto para leitores quanto para escritores: ampliem seu espectro de interesses. Não limitem os temas na hora de escolher suas leituras. “Não vou ler esse livro porque fala de vampiros”, “Vou ler este porque é sobre lobisomens”, “Esse tema não me interessa!”, “Esse livro é muito velho”, “Só gosto de livros assim ou assado…” Isso tudo é uma bobagem! Procurem qualidade de escrita muito mais do que temas prediletos. Um bom escritor pode escrever um livro magnífico sobre um velho lutando com um peixe em alto-mar… E você pode deixar de ler uma obra fantástica só porque acha que não se interessa pelo tema…
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