Camila Fernandes
Nome completo: Camila Fernandes
Idade: 30 anos
Cidade/Estado: São Paulo/SP.
1 – Desde que idade você tem o hábito da leitura?
Creio que desde que aprendi a ler, em idade escolar. Fui precedida nesse vício, quero dizer, hábito por meu pai e minhas irmãs mais velhas. Minha família tinha muitos livros e HQs, tanto infanto-juvenis quanto adultos, e eu li um pouco de tudo. Como criança, o que me pegou mesmo foram os livros do Sítio do Pica-Pau Amarelo. Pré-adolescente, passei a ler graphic novels e HQs de super-heróis e, pouco depois, literatura adulta, com clássicos como Dom Quixote e O Morro dos Ventos Uivantes.
2 – Por que você gosta de ler literatura de fantasia?
Costumo dizer que gosto de ler qualquer tipo de livro, desde que a trama seja envolvente e os personagens, convincentes. Tenho uma forte resistência contra obras de fantasia que se limitem a narrar uma grande aventura ou uma batalha do bem contra o mal. Nas mãos de um bom autor, a fantasia pode ser usada para refletir e extrapolar a realidade e as questões universais.
3 – Quais são as suas 3 sagas fantásticas literárias preferidas e por quê?
Nunca parei para fazer uma lista, e muitos dos meus livros preferidos não são de fantasia, mas vamos lá. Tenho de citar Harry Potter, do primeiro ao último volume; por mais que se diga por aí que J. K. Rowling copiou conceitos já usados por outros, ela o fez magistralmente, conseguindo justamente as tais tramas e personagens cativantes de que falei. Outra história que considero uma verdadeira saga de fantasia é Os Doze Trabalhos de Hércules, de Monteiro Lobato, no qual ele insere os personagens do Sítio do Pica-Pau Amarelo numa Grécia lendária, acompanhando e auxiliando o herói em suas tarefas; essa leitura despertou meu gosto por história e mitologia. Por último, As Brumas de Avalon, que estou terminando de ler somente agora. Marion Zimmer Bradley possui o mérito de ter contado uma história que seria predominantemente masculina – a saga do Rei Artur e de seus cavaleiros – não somente pelo ponto de vista feminino, mas por vários pontos de vista femininos, destrinchando os pensamentos e sentimentos de diversas personagens.
4 – Em sua opinião, o que essa literatura acrescenta a você e aos seus leitores?
A literatura de fantasia estimula a imaginação a escapar do convencional, das regras tediosas da realidade. O grande desafio do autor de fantasia, no entanto, não é contrariar a realidade, mas retratá-la com novas cores, renová-la e, ainda por cima, convencer o leitor de que em algum lugar do universo as coisas são – ou poderiam ser – da forma como ele as descreve. Como em qualquer tipo de literatura, é preciso oferecer coerência e verossimilhança. Não basta dizer “isto é mágico e pronto”. A sensação de maravilhamento só se dá no leitor quando ele se convence de que vale a pena ler sobre aquele mundo, mesmo que ele não exista.
5 – O que você faz para divulgar e incentivar a leitura de livros fantásticos?
Como para muitos escritores, a internet hoje é meu principal canal. Normalmente, não tenho tempo para escrever resenhas, mas uso o Twitter e o Facebook para comentar sobre o que leio e os lançamentos que aguardo. Compro livros, empresto-os e frequentemente faço escambos entre minhas próprias obras e as de outros autores. O que é bom, eu divulgo.
6 – Que publicações você já tem?
Durante o ano de 2004, co-escrevi o NecroZine, um zine de contos de suspense e terror, com Richard Diegues e Gianpaolo Celli, hoje os cabeças da Tarja Editorial, Alexandre Heredia, autor da série Predadores, e Giorgio Cappelli. Em 2005, lançamos juntos nosso primeiro livro, Necrópole – Histórias de Vampiros, pela Editora Alaúde, e em 2006 veio Necrópole – Histórias de Fantasmas. O último volume dessa coleção, Necrópole – Histórias de Bruxaria, só sairia em 2008, mas nesse intervalo Richard e Gian criaram a Tarja e lançaram Visões de São Paulo – Ensaios Urbanos, do qual também participei como contista. Nos anos seguintes, estive nos 3 primeiros volumes da coleção Paradigmas e n’A Fantástica Literatura Queer – Vermelho, também pela Tarja, e participei de uma antologia da Editora Estronho, Extraneus II – Quase Inocentes. Foram, portanto, 9 antologias antes de lançar Reino das Névoas – Contos de Fadas para Adultos, escrito e ilustrado por mim.
7 – Quais são os seus projetos atuais?
No momento, estou negociando com um investidor a possibilidade de traduzir Reino das Névoas para o mercado anglófono e trabalhando na divulgação da edição brasileira. Tenho outros projetos para outros livros – dois de contos fantásticos e um romance histórico de vampiros –, mas ainda não decidi qual finalizar e publicar primeiro.
8 – Uma mensagem aos leitores do blog CT:
Obrigada por chegarem até aqui, vocês foram muito corajosos. Desejo que todos possam continuar vivendo a magia e as maravilhas da literatura.
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